sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

Eu imaginava que a narrativa fosse feita por algum dos personagens principais, mas acaba que a história passada no Morro é contada por Nelly, a governanta.

Tudo começa com o senhor Lockwood que decide passar um tempo isolado da cidade e aluga, por um ano, a Granja dos Tordos ao senhor Heathcliff - um senhor muito rabugento e grosso com o pessoal que mora na propriedade dele, O Morro dos Ventos Uivantes, que tem esse nome por ficar em uma área onde os ventos são muito fortes.

O senhor Lockwood acaba que, em uma das visitas ao seu senhorio - mesmo sendo indesejado por lá -, tem a opção de passar a noite por lá mesmo ou enfrentar toda a neve que caiu, podendo se perder. Como não havia ninguém que quisesse ou pudesse acompanhá-lo, ele teve de pernoitar naquele lugar sombrio. O único quarto disponível era sujo e bagunçado, era cheio de livros e sombrio. Ele não tinha sono e decide folheá-los, daí ele descobre que aqueles aposentos era de uma mulher chamada Catherine... mas havia três Catherines assinando os livros: Catherine Linton, Catherine Earnshaw e Catherine Heathcliff. Por algum acaso, Heathcliff também tinha uma nora chamada Catherine.

Depois de passar uma noite conturbada por lá - e jurar a si mesmo não voltar - o senhor Lockwood volta para casa com uma bela gripe e com sua curiosidade gritando. O que será que aconteceu por alí? Quem era Catherine? Qual o motivo de o senhor Heathcliff agir como um homem tão rabugento? Quando ele chega em casa, depois de ser cuidado por Nelly, ele não resiste ao impulso de perguntar se ela sabia da história daquele pessoal... e Nelly sabia, sim. Ela era irmã de leite do pai de um dos habitantes daquela casa, Hareton.

E assim Nelly começa a contar como tudo aconteceu, como Heathcliff fora encontrado durante a volta de uma viagem do pai de Catherine e de Hindley Earnshaw, pai de Hareton, e fora adotado. Como Heathcliff fora mimado pelo senhor Earnshaw e como fora maltratado por Hindley - que morria de ciúmes dele -, e como Heathcliff e Catherine se divertiam juntos. Eram inseparáveis.

O tempo se passou desde então e, logo quando o senhor Earnshaw morre, Hindley se torna o dono do Morro e a primeira providência, após seu casamento, é colocar Heathcliff como criado. Catherine mudara durante esse tempo, havia aprendido a se portar como uma dama deveria e, com isso, acaba que ela recebe uma proposta de casamento com Edgar Linton, o herdeiro da Granja dos Tordos. Ela aceita, mesmo amando Heathcliff, pensando que, com esse casamento ela poderia ajudá-lo na educação e, de algum jeito, tirá-lo da vida de criadagem.

Mas Heathcliff foge e volta três anos depois, comedido e rico, e seu único propósito em estar alí é de se vingar de todos que o fizeram sofrer... e de retomar o amor de Catherine.

Mas acaba que, por várias circunstâncias, isso nunca parece acontecer. E é como se, aos poucos, todos alí começassem a enlouquecer aos poucos... menos Heathcliff, que estava focado em seu objetivo e não costumava controlar sua índole violenta.

Para mim o livro teve várias partes chatas, eu não vou mentir. Mas também teve partes que me prenderam até eu não conseguir mais me segurar de sono, ou até eu virar a última página. Nelly conta tudo o que se passara com detalhes, e eu, sinceramente, adorei o final.

Eu esperava que houvesse uma paixão, um amor declarado, entre Heathcliff e Catherine. Que eles tivessem alguma cena, não sei. Mas quando se fala que o amor nunca morre, como tem na capa do livro, quer dizer que a única coisa que eles queriam era ficar juntos. Nem que fosse na morte. E eu achei isso uma coisa realmente legal!

A estória passada no Morro dos Ventos Uivantes é como um ciclo, sempre parece acontecer de novo e de novo. Até que, quando a gente está esperando que aconteça a mesma coisa que aconteceu antes, a gente quebra a cara e fala: oxe, como assim? E no final eu tive o prazer de dizer: RÁ, eu sabia que isso iria acontecer!

Sim, é um bom livro. O que mais me impressiona é como a Emily criou um personagem como Heathcliff, tão complexo, tão calculista e que ninguém poderia imaginar que pudesse sentir algo senão raiva dentro de si naquela época. Imagino de onde veio a inspiração! É, realmente, uma boa leitura.

Até mais!

Um comentário:

  1. Oi, peço desculpa so li agora o seu pedido para postar aki a lenda da tulipa do meu blog.. Pode concerteza ;)...
    Beijinhos e boa continuaçao do seu blog ***

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